quarta-feira, 14 de março de 2012

"OPERAÇÃO POLICIAL" - Operação São Lourenço de combate a falsificação de agrotóxicos [ATUALIZADA]


    A Polícia Federal deflagrou no início desta manhã (14), a Operação São Lourenço de combate à falsificação, comercialização e contrabando de agrotóxicos em Rondonópolis, com mandados de prisão também em Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Segundo o delegado encarregado da operação Bruno Toledo, até o presente momento, 16 pessoas foram presas por força de mandados judiciais de prisões temporárias, sendo 11 delas aqui na região de Rondonópolis.

Ainda segundo o delegado, seis suspeitos foram ouvidos na Delegacia de Polícia Federal em Rondonópolis e dos 21 mandados de prisões, cinco ainda não foram cumpridos, poris os suspeitos fugiram. Equipes de oliciais federais ainda estão a campo tentando localiza-los.

A OPERAÇÃO

Pelo menso 150 policiais federais e diversos delegados cumpriram 21 mandados de prisão temporária, 37 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de condução coercitiva nas cidades de Rondonópolis/MT, Poxoréu/MT, Primavera do Leste/MT, Jaciara/MT, Campo Verde/MT, Nova Xavantina/MT, Dourados/MS, Fernandópolis/SP, São José do Rio Preto/SP (em confirmação), Monte Aprazível/SP, Miguelópolis/SP e Ituverava/SP.

Conforme a PF, as investigações começaram em 2010, com a instauração de 10 inquéritos em diferentes flagrantes de contrabando e/ou falsificação de agrotóxicos.

Durante o processo investigatório foram desmantelas duas fábricas clandestinas de agrotóxicos, com a apreensão de mais de 07 toneladas/litros de agrotóxicos ilegais (falsificados e contrabandeados) e diversas embalagens, rótulos, e materiais utilizados na falsificação.

Foram identificados dois grupos diferentes e interdepentes de criminosos. Um grupo, responsável por contrabandear do Paraguai, via Mato Grosso do Sul, falsificar e vender agrotóxicos. Outro de fazendeiros consumidores do produto de crime.

Os agrotóxicos – que podem chegar a 20 mil reais o quilo-, eram oferecidos a fazendeiros da região de Rondonópolis e interior de Mato Grosso a preços bem abaixo do mercado. Na venda, era oferecida uma amostra de agrotóxico original. Após comprarem o agrotóxico, os fazendeiros recebiam toneladas dos materiais falsificados ou contrabandeados.

Entretanto, os fazendeiros quando lesados pelos falsificadores não denunciavam a fraude porque compravam o produto de maneira irregular. E porque, em alguns casos, compravam o produto contrabandeado, mas sem alteração química dos mesmos fornecedores. Eles foram indiciados por contrabando, e compra irregular de agrotóxicos e compra de produto nocivo à saúde humana em desacordo com a legislação específica.

A comercialização de agrotóxicos é regulada em lei específica que determina ao produtor rural a responsabilidade de conferir a origem do agrotóxico adquirido. A comprar agrotóxico sem comprovação de procedência, os fazendeiros cometem o crime previsto no artigo 15 da lei nº 7802/89, a Lei de Crimes Ambientais.

Quanto aos vendedores e falsificadores, responderão por formação de quadrilha, falsificação, contrabando e crime ambiental. Dois irmãos comandavam esse grupo e já foram presos por tráfico de drogas, estelionato, falsificação e uso de documento falso, crimes contra o sistema financeiro, além de serem reincidente no contrabando de agrotóxicos.

Além deles, outros membros da quadrilha já responderam criminalmente por assalto, falsificação e uso de documentos falsos, furto, receptação.Alguns são reincidentes no crime de formação de quadrilha.

As penas dos presos variam de um a quatro anos de reclusão, além de multa. As penas são cumulativas e podem chegar a mais de 15 anos de reclusão.

A PF contou com o apoio do IBAMA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, e do Indea de Mato Grosso nos autos de infração aplicados durante as apreensões.

O nome São Lourenço faz referência ao principal rio da região de Rondonópolis, a vítima mais imediata da ação criminosa no uso de agrotóxicos.

Agora diante dos materiais apreendidos, o delegado Bruno Toledo disse que vai analisar caso a caso para solicitar à justiça a transformação dos mandados de prisão temporária em prisões preventivas.

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