quarta-feira, 11 de maio de 2016

CÂNCER DE MAMA: Reconstruir a mama é reconstruir a auto-estima

Imagem da Internet

**Benedito Figueiredo Junior

O câncer de mana é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer(INCA) estima que 57.960 novos casos devem surgir em 2016.

Em alguns casos é necessária a retirada total da mama (mastectomia) em outros só  a parcial, mas de alguma forma o psicológico da mulher é abalada pela mutilação que sofre vendo ser retirada um pedaço da sua feminilidade.  Uma opção após a alta é a reconstrução da mama.

E muito embora o procedimento seja coberto pelos planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde(SUS) o número de cirurgia de reconstrução de mama ainda é muito pequeno. Em Mato Grosso é realizado pelo SUS no Hospital do Câncer e em médica são 20 cirurgias por ano. Índice muito baixo.

A cirurgia é como qualquer outra. Exige indicação do médico e completa avaliação do risco cirúrgico.

Tanto é usado para preencher a mama a técnica de retalhos retirado da região abdominal ou dorsal (costas), é levado ao local a ser operado. O retalho é um tecido retirado de uma região do corpo e transferido a outra.

Em alguns, recomenda-se  implante de prótese com uma forma de aumentar o volume da mama a ser reconstruída, mas é preciso haver pele e ela deve estar em boas condições.

Às vezes é necessário que sejam feitas mais cirurgias até se conseguir o resultado o mais próximo possível do desejado.

Entre 3 e 6 meses depois da reconstrução, a paciente pode passar  por uma cirurgia complementar e se preciso opera a outra mama para deixar as duas simétricas.

Algumas mulheres podem ter que reconstruir o bico e auréola do peito. Nesses casos tanto podem se usar a técnica da tatuagem como pode ser feito com enxertos de pele e mucosas próprios da paciente. O médico discute com a paciente qual será a melhor opção.

Essas cirurgias em média duram 3 horas e o pós-operatório deve ser seguido com repouso, uso de antibióticos e anti-inflamatórios.

É importante a paciente saber que a sensibilidade da mama não volta ao normal após a reconstrução mamária, ainda que possa melhorar com o tempo. A cicatrização é um processo lento, que costuma deixar marcas, ainda que discretas.

Em caso de implantes de silicone é necessária a realização de exames de acompanhamento periódicos.

Qualquer  alteração na mama reconstruída deve ser informada imediatamente ao seu médico.


Benedito Figueiredo Junior 

é cirurgião plástico 
na Angiodermoplastic.
CRM 4385 e RQE 1266.