Delegados: Claudinei Lopes, Everson Contelli e o diretor geral da PJC/MT Fernando Vasco - Foto: Ailton Lima |
Ailton Lima
O Serviço de Inteligência da Polícia Judiciária Civil de Presidente
Epitácio (SP), em parceria com a PJC/MT, há cerca de 04 meses, iniciou
investigações no sentido de identificar e prender integrantes de uma quadrilha
que agia em pelo menos oito estados brasileiros, enganando e extorquindo familiares
de pacientes internados em UTIs de Hospitais públicos, além de praticar estelionato
e crimes de lavagem de dinheiro.
Por isso, na manhã desta terça-feira (31), uma ‘Mega Operação Adrenalina’
foi deflagrada em Rondonópolis no sentido de cumprir 35 mandados judiciais,
sendo 21 de busca e apreensão, e 14 de prisão temporária.
Nove equipes da Delegacia
Regional/ROO participaram da operação dando suporte às cinco (05) equipes da PJC
de SP. O próprio Diretor Geral da PJC/MT delegado Fernando Vasco,
acompanhou a operação na cidade.
Diretor Geral da PJC/MT delegado Fernando Vasco |
Conforme o delegado Everson Aparecido Contelli, que está
chefiando a equipe de policiais paulistas, as investigações se iniciaram há
cerca de 04 meses com a ‘Operação Grená’ que investigava crimes de extorsão no
interior de São Paulo.
A polícia paulista identificou que pelo menos 31 pessoas
estão envolvidas nessa quadrilha, e os ‘cabeças’, estariam agindo de dentro das
cadeias. Algumas dessas pessoas suspeitas seriam de Mato Grosso.
Dos 14 mandados de prisões temporárias expedidos pela justiça
paulista, 09 nove foram cumpridos aqui na cidade, pois os suspeitos estariam recolhidos
à Penitenciaria Regional da Mata Grande. Outros mandados serão cumpridos em
Cuiabá, Sinop e Campo Verde (MT).
Hoje durante os cumprimentos de mandados de busca aqui na
cidade, duas pessoas foram detidas e encaminhadas para prestar esclarecimentos
na delegacia, mas seriam liberadas em seguida.
Conforme o Diretor Geral da PJC/MT delegado Vasco, uma mulher
foi presa em Campo Verde (MT) esta manhã por suspeita de envolvimento com o
grupo criminoso.
O delegado Regional Claudinei Lopes acompanhou toda a operação
e coordenou as equipes locais. O delegado Ewerson Contelli falou que a
quadrilha é bem organizada e se especializou em aplicar golpes em familiares de
pessoas que se encontram internadas em UTIs de hospitais.
COMO ELES AGEM
Os bandidos descobrem informações sobre os pacientes e seus
familiares, e os abordam se fazendo passar por integrantes da direção da unidade
hospitalar ou até mesmo da equipe médica. Eles então enganam as pessoas
exigindo dinheiro para compra de medicamentos ou custeio de procedimentos que o
paciente precisa, e que supostamente o hospital não fornece ou não dispõe.
Ainda
conforme o delegado Contelli, a criatividade dos marginais para enganar as
pessoas não tem limite, e eles (bandidos) também se fazem passar por
representantes do MPF, ligando para secretarias de educação de municípios pequenos onde se
passavam por membros do Ministério Público Federal dizendo que queriam agendar
visitas referentes a verbas extras", explica. Tudo isso, só para conseguir
extorquir as pessoas.
O Diretor Geral da PJC/MT repassou à reportagem do NMT que a
polícia de Mato Grosso vem atuando de forma a se antecipar às ações dessas
quadrilhas que agem de dentro dos presídios, e só nesse primeiro mês de janeiro
de 2017, já retirou mais de 300 aparelhos celulares de dentro das unidades
prisionais.
Participaram da operação, 20 policiais de Rondonópolis, 15 de
São Paulo e cinco delegados.