terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Polícia Civil de São Paulo e Mato Grosso realizam ‘mega operação’ contra quadrilha que agia contra pacientes em UTIs

Delegados: Claudinei Lopes, Everson Contelli e o diretor geral da PJC/MT Fernando Vasco - Foto: Ailton Lima

Ailton Lima

O Serviço de Inteligência da Polícia Judiciária Civil de Presidente Epitácio (SP), em parceria com a PJC/MT, há cerca de 04 meses, iniciou investigações no sentido de identificar e prender integrantes de uma quadrilha que agia em pelo menos oito estados brasileiros, enganando e extorquindo familiares de pacientes internados em UTIs de Hospitais públicos, além de praticar estelionato e crimes de lavagem de dinheiro.

Por isso, na manhã desta terça-feira (31), uma ‘Mega Operação Adrenalina’ foi deflagrada em Rondonópolis no sentido de cumprir 35 mandados judiciais, sendo 21 de busca e apreensão, e 14 de prisão temporária. 


Diretor Geral da PJC/MT delegado Fernando Vasco
Nove equipes da Delegacia Regional/ROO participaram da operação dando suporte às cinco (05) equipes da PJC de SP. O próprio Diretor Geral da PJC/MT delegado Fernando Vasco, acompanhou a operação na cidade.


Conforme o delegado Everson Aparecido Contelli, que está chefiando a equipe de policiais paulistas, as investigações se iniciaram há cerca de 04 meses com a ‘Operação Grená’ que investigava crimes de extorsão no interior de São Paulo.

A polícia paulista identificou que pelo menos 31 pessoas estão envolvidas nessa quadrilha, e os ‘cabeças’, estariam agindo de dentro das cadeias. Algumas dessas pessoas suspeitas seriam de Mato Grosso.

Dos 14 mandados de prisões temporárias expedidos pela justiça paulista, 09 nove foram cumpridos aqui na cidade, pois os suspeitos estariam recolhidos à Penitenciaria Regional da Mata Grande. Outros mandados serão cumpridos em Cuiabá, Sinop e Campo Verde (MT).

Hoje durante os cumprimentos de mandados de busca aqui na cidade, duas pessoas foram detidas e encaminhadas para prestar esclarecimentos na delegacia, mas seriam liberadas em seguida.

Conforme o Diretor Geral da PJC/MT delegado Vasco, uma mulher foi presa em Campo Verde (MT) esta manhã por suspeita de envolvimento com o grupo criminoso.
O delegado Regional Claudinei Lopes acompanhou toda a operação e coordenou as equipes locais. O delegado Ewerson Contelli falou que a quadrilha é bem organizada e se especializou em aplicar golpes em familiares de pessoas que se encontram internadas em UTIs de hospitais.

COMO ELES AGEM

Os bandidos descobrem informações sobre os pacientes e seus familiares, e os abordam se fazendo passar por integrantes da direção da unidade hospitalar ou até mesmo da equipe médica. Eles então enganam as pessoas exigindo dinheiro para compra de medicamentos ou custeio de procedimentos que o paciente precisa, e que supostamente o hospital não fornece ou não dispõe.

Ainda conforme o delegado Contelli, a criatividade dos marginais para enganar as pessoas não tem limite, e eles (bandidos) também se fazem passar por representantes do MPF, ligando para secretarias de educação de municípios pequenos onde se passavam por membros do Ministério Público Federal dizendo que queriam agendar visitas referentes a verbas extras", explica. Tudo isso, só para conseguir extorquir as pessoas.

O Diretor Geral da PJC/MT repassou à reportagem do NMT que a polícia de Mato Grosso vem atuando de forma a se antecipar às ações dessas quadrilhas que agem de dentro dos presídios, e só nesse primeiro mês de janeiro de 2017, já retirou mais de 300 aparelhos celulares de dentro das unidades prisionais.


Participaram da operação, 20 policiais de Rondonópolis, 15 de São Paulo e cinco delegados.