sábado, 5 de novembro de 2016

Juary Miranda: uma história de luta e determinação


Ailton Lima
o site Notícias de Mato Grosso, prossegue no seu objetivo de entrevistar todos os novos vereadores eleitos, e desta feita, o entrevistado é Juary Miranda de Moraes, 60 anos de idade, natural de Poxoréu (MT), Técnico em Contabilidade e Bacharel em Direito pelo CESUR.
Juary é fruto de uma família de agricultores moradores da região de Poxoréu. O pai faleceu quando ele ainda era criança, e a mãe Dona Anterina Miranda de Moraes, viúva e então com cinco filhos, se mudou para Rondonópolis em 1962. Aqui na cidade ela trabalhou como costureira, lavadeira, passadeira, tocou uma pequena pensão e depois foi trabalhar como contínua de escola, até falecer em 1976.
Como aqueles eram tempos difíceis, principalmente para uma mulher com cinco filhos, todos tinham que trabalhar para ajudar de alguma forma a receita familiar. E Juary Miranda então com sete anos, foi “maleiro”; carregava as malas dos passageiros que chegavam de viagens na extinta empresa de ônibus “Transporte Interestadual Baleia”, e também no “Rápido Mato Grosso”.
Depois, atuou como lavador de carros na extinta empresa de Otacílio Fontoura (falecido) onde ficou até seus 15 anos de idade.
Ao 16 anos foi trabalhar com ‘José Cuíca’ na lavoura de algodão no Distrito de Nova Galiléia e ficou até os 18. Posteriormente se alistou no Exercito Brasileiro e foi servir na PE- Polícia do Exército em Campo Grande (MS) de maio de 1975 a maio de 1976.
Aos 19 anos, Juary foi trabalhar no escritório de contabilidade do falecido Valdir Cuiabano. Em 1978 ele começa uma atividade esportiva profissional jogando na Sociedade Esportiva Vila Aurora (Tigrão da Vila). Depois foi jogar no União Esporte Clube onde atuou de 1980 a 1982, quando deixou a profissão de jogador.
Mas quando jogava Juary Miranda se destacou em várias oportunidades. Uma delas foi quando jogava no União e disputou uma partida contra o todo poderoso Vasco da Gama (RJ), e na ocasião o UEC perdia a partida por 2 a 1 e Juary fez o gol de empate, faltando apenas quatro minutos para o final.
Quando jogador, Juary chegou a jogar contra um dos maiores mitos do futebol mundial: Manuel Francisco dos Santos, o “Mané Garrincha”. O jogo foi do União contra o “Milionários Futebol Clube” um time formado por medalhões veteranos do futebol brasileiro que já haviam encerrado suas carreiras, como: Dudú, Ademir da Guia e o Garrincha, entre outros.
Mas o seu ingresso na política acabou sendo meio que por uma casualidade. Formado Técnico em Contabilidade pela Escola EEMOP, em 1982, ele foi trabalhar no escritório do Ricardo Cambraia, que um tempo depois, foi contratado para ser o coordenador da campanha política do então candidato a Deputado Federal Bento Porto. A seguir Juary acabou indo trabalhar com Porto, onde aos poucos foi influenciando se com a política.
Em 1988 Juary se candidata a vereador pela primeira vez e obtém 556 votos. Na época ele foi o 9º candidato mais votado, mas não se elegeu, ficando apenas na suplência.
Em 1992 ele volta a se candidatar e desta feita se elege, obtendo 1.511 votos, sendo o segundo mais votado naquele pleito. Empolgado com a sua ascensão política, e ainda no meio do seu primeiro mandato, Juary se candidata a deputado estadual em 1994, obtendo cerca de 6 mil votos, bem mais que os votos de três deputados eleitos, mas devido à legenda, não se elegeu deputado.
Juary então retoma o mandato de vereador e o conclui em 1996, quando resolve sair à reeleição e se elege. Nesse mandato, Juary chega à presidência do legislativo municipal de 1999 a 2000. Nessa época ele ainda se arrisca numa campanha política, disputando uma vaga de vice-prefeito, na chapa de Wellington Fagundes.
Ainda durante seu mandato, Juary continua seus estudos e gradua-se ‘Bacharel em Direito’ em 2003, pelo extinto CESUR.
Mas ao longo dos anos, Miranda sempre desenvolveu projetos e ações sociais na cidade, como a fundação de um “Sopão Assistencial” no Residencial Carlos Bezerra em 2007, que atende atualmente cerca de 200 pessoas entre crianças e adultos, distribuindo sopa todos os domingos.
Hoje a sua esposa Sônia Miranda, dirige a instituição, com a ajuda de amigos e voluntários. Todavia, sempre atuante na sociedade, Juary fundou ainda em 2008 o Rotary Clube de Vila Operaria, que chegou a ter cerca de 80 associados, mas devido às dificuldades naturais, hoje conta com apenas 25!
No Rotary, entre tantas atividades, Juary criou um Banco de Cadeiras de Rodas que são distribuídas de graça às pessoas com dificuldades de mobilidade ou deficiência motora. Nos últimos anos, ele vem atuando como Técnico em Contabilidade, Administração, e Legislação (Direito).
Agora em 2016, Miranda resolve disputar mais uma eleição para vereador e após mais de 12 anos afastado da atividade político partidária por problemas de saúde na família, Juari se candidata pelo Partido Solidariedade (SD), e obtém 1.877 votos, elegendo-se vereador para a próxima legislatura (2017-2020).
Questionado sobre como deverá conduzir seu mandato na Câmara Municipal, Juary diz que pretende fazer cumprir um projeto importante de sua autoria, aprovado ainda em março/ Abril de 2000, que institui a “Informatização e Interligação via internet da Rede Municipal de Saúde”, bem como a criação do “Prontuário Eletrônico”, que vai facilitar a vida dos pacientes usuários do sistema público de saúde, agilizando o atendimento e facilitando o controle sobre o prontuário médico de cada paciente.
Outro projeto de Juary diz respeito à instalação do Gabinete Itinerante. Ele pretende dividir a cidade em 60 microrregiões e uma vez por semana se reunir com as comunidades discutindo as demandas de cada região.
Juary também pretende atuar em projetos de ressocialização de crianças e adolescentes com problemas de dependência química, bem como, estimular a criação de uma rede alternativa de proteção às crianças, adolescentes e famílias em situação de risco.
“Na Câmara Municipal nós pretendemos atuar em parceria ao prefeito municipal, dando todo o respaldo necessário à governabilidade, mas atuando com respeito e independência. Eu pretendo convocar a sociedade para estar conosco e ser parceira nessa luta, para evitar que a gente erre, e acabe não atendendo ao que a sociedade anseia e precisa”, finaliza.