segunda-feira, 13 de março de 2017

Sandra Raquel faz palestra sobre violência doméstica em evento em Nova Ubiratã




Assessoria

O drama da violência doméstica, vivenciado diariamente por milhares de mulheres em todo Brasil, foi um dos assuntos debatidos em Nova Ubiratã durante evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Realizado, nesta sexta-feira (10), pela prefeitura municipal, por meio das secretarias de ação social e indústria, comércio e turismo, o encontro reuniu cerca de 150 mulheres de diferentes localidades do município.




O tema abordado em uma peça teatral, pela presidente da Associação das Mulheres de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso, Sandra Raquel Mendes, contou a história de uma dona de casa maltratada pelo marido.

Com sete filhos e sem condições financeiras a protagonista da peça era submetida a situações humilhantes que iam desde ameaça até violência sexual.




Depois de receber a visita de uma amiga, defensora dos direitos das mulheres, a dona de casa decidi mudar de vida, abandona o marido agressor, retoma os estudos e reaparece ao final da peça como uma princesa.

“Vocês conheceram um pouco da minha história. Por sete anos fui humilhada, espancada e até estuprada por meu ex-companheiro. Minha vida só mudou quando decidi dar uma chance a mim mesma”, revela a palestrante.

Comovidas muitas mulheres não contiveram as lágrimas. “Foi muito forte, estou impressionada ao ver tudo o que ela passou pra estar aqui hoje nos dando esse testemunho maravilhoso”, emocionada disse a dona de casa Marlene Knob.

“Apesar de sermos consideradas o sexo frágil nós mulheres temos muita força de vontade quando decidimos lutar por algo. Somos o esteio de nossas casas e donas dos nossos destinos”, complementou a secretária municipal de ação social, Sileuza Dias Santos.

Outro momento marcante ocorreu durante a apresentação de um vídeo que contava a trajetória de vida das pioneiras do município; Sibila Rabuske, Maria Setter Zimmermann e Evanir S. Mattos.

As participantes também debateram assuntos relacionados a saúde da mulher e a criação de uma associação que defenda os direitos das mulheres.

“Não podemos fechar os olhos para um problema tão grave e que ocorre em várias residências do nosso município. Recebemos a sugestão e vamos, com apoio da sociedade, criar uma associação voltada as mulheres vitimas de violência”, assegurou o prefeito Valdenir José dos Santos.

Ao final do evento, as convidadas ainda participaram de um coff-break e do sorteio de dezenas de prêmios.


“Acredito que alcançamos o nosso objetivo que era oferecer um momento descontraído para as mulheres das mais variadas idades além de falarmos sobre os direitos constituídos unica e excusivamente para elas", finalizou o secretário de indústria, comércio e turismo, Wellyngton Tavares.

Com informações:http://www.ubirata24horas.com.br



Google entra na Justiça contra Uber por roubo de tecnologia



Ex-funcionário do Google teria roubado 14 mil documentos

O Uber, companhia que presta serviço de transporte particular por aplicativo, é mais uma vez o centro das atrações de maneira negativa. Desta vez, a empresa está sendo processada pelo Google por supostamente ter roubado a sua tecnologia de carros autônomos.

A Alphabet, que controla o Google, já havia entrado na Justiça contra o app na semana passada alegando que o ex-engenheiro Anthony Levandowski da Waymo, companhia especializada em veículos autônomos que pertence ao grupo, teria roubado 14 mil documentos sigilosos.

Pouco tempo depois, Levandowski foi contratado pela Otto, empresa comprada pelo Uber que também tem enfoque nos carros que se dirigem sozinhos. Segundo a Alphabet, o ex-funcionário, assim como outros que também se juntaram à companhia rival, teria compartilhado todas as informações dos documentos com sua nova empregadora.

Sendo assim, além da Otto, o Uber também teria sido beneficiado ilegalmente com os documentos vazados por Levandowski. Na semana retrasada, o Google havia prestado queixa na Corte dos Estados Unidos para tentar impedir que a empresa do aplicativo de transporte usasse as tecnologias da Waymo. Já na passada, a Alphabet entrou com uma ação para proibir de maneira definitiva o projeto de veículos autônomos do Uber. 

Fonte: ANSA

Uma em cada 5 mulheres fará um aborto até os 40 anos, diz pesquisa



De acordo com os dados, em 2015, 417 mil mulheres nas áreas urbanas do Brasil interromperam a gravidez

A segunda edição da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), realizada em 2016 pelo Anis Instituto de Bioética e pela Universidade de Brasília (UnB), aponta que 20% das mulheres terão feito ao menos um aborto ilegal ao final da vida reprodutiva, ou seja, uma em cada cinco mulheres aos 40 anos terá abortado ao menos uma vez. 

De acordo com os dados, em 2015, 417 mil mulheres nas áreas urbanas do Brasil interromperam a gravidez, número que sobe para 503 mil se for incluída a zona rural. O tema volta ao debate depois que uma nova ação chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, em qualquer situação.
Segundo a pesquisa, a mulher que aborta tem entre 18 e 39 anos, é alfabetizada, de área urbana e de todas as classes socioeconômicas, sendo que a maior parte (48%) completou o ensino fundamental e 26% tinham ensino superior. Do total, 67% já tinha filhos. A pesquisa aponta ainda que a religião professada não é impeditivo para o ato, pois 56% dos casos registrados foram praticados por católicas e 25% por protestantes ou evangélicas.

“Há tanto aborto no Brasil que é possível dizer que em praticamente todas as famílias do país alguém já fez um aborto – uma avó, tia, prima, mãe, irmã ou filha, ainda que em segredo. Todos conhecemos uma mulher que já fez aborto”, conclui o levantamento, que trata o tema como saúde pública.

A publicação do Ministério da Saúde" 20 anos de Pesquisa Sobre Aborto do Brasil", de 2009, também traça um perfil de quem interrompe a gravidez no país. Segundo a pesquisa, são “predominantemente mulheres entre 20 e 29 anos, em união estável, com até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos, as quais abortam com misoprostol [remédio abortivo popularmente conhecido como Cytotec]”.

Ao 38 anos, a professora Maria* mora em Brasília e relata que já fez aborto duas vezes, por razões diferentes, mesmo após já ter dois filhos. Com doutorado na área de ciências sociais, em 2003 se submeteu ao procedimento ilegal por estar em processo de separação.

“Ser criminalizado é péssimo, foi uma situação muito difícil. Tentei com Cytotec, mas não funcionou. Somente na terceira tentativa, com a inserção de um líquido em uma clínica, que doeu um absurdo, imediatamente começou a hemorragia. Conclui o procedimento com a curetagem na rede pública e consegui uma receita de benzetacil [antibiótico penicilina] para tomar todo dia por uma semana”, lembra.

Já em 2008, ela estava concluindo um mestrado quando engravidou e o pai da criança a acusou de “golpe da barriga”. Ele pagou pelo procedimento em uma clínica. “O pai forçou a barra, eu queria ter, já estava empregada e foi logo após perder uma amiga, que morreu por causa de um aborto mal sucedido. Mas aceitei porque precisa me concentrar para terminar o mestrado”, disse.

A artista plástica Ana*, também de Brasília, relata que não exitou quando teve uma gravidez indesejada e decidiu fazer um aborto. Na época com 28 anos e uma filha, havia descoberto uma traição do companheiro e decidido terminar a relação. 

“Eu sabia muito bem a dedicação que a criação de um filho exige. Morava com meus pais e não tinha condições de me sustentar. Fazia faculdade e trabalhava. Não sabia por onde começar, ou o que fazer. Contei para uma amiga, ela me acolheu e me ajudou muito. Contei para o parceiro e para a família e eles também me ajudaram. Com a indicação de uma médica, fui a uma clínica em Goiânia e o meu parceiro me acompanhou”.

Ela conta que o procedimento foi muito rápido, mas que teve medo de morrer. “A anestesia não fez efeito direito e eu senti aquele 'aspirador' sugar tudo. O médico, assim como apareceu, sumiu, parecia até alucinação. 

A enfermeira, em seguida, me empurrou antibiótico, anti-inflamatório e analgésico e me fez levantar da maca. Saí em seguida caminhando pela rua com meu companheiro, sem entender o que tinha acontecido. Nos dias que se seguiram fiquei com medo de acontecer alguma coisa, achei que não estivesse bem, nem conseguia dormir. Alguns meses depois, vi no jornal a clínica sendo descoberta pela polícia”, conta.

Criminalização

Segundo a pesquisa do Ministério da Saúde, a criminalização do aborto atinge especialmente mulheres jovens, desempregadas ou em situação informal, negras, com baixa escolaridade, solteiras e moradoras de áreas periféricas. Ana* e Maria*, com perfil oposto ao descrito pelo estudo, conseguiram concluir o procedimento sem maiores problemas.

A Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto também lançou no ano passado o dossiê Criminalização das mulheres pela prática do aborto no Brasil (2007-2015), que relata 20 casos emblemáticos de criminalização da prática no período, além de trazer o contexto das leis.

A escolha de 2007 para o início do levantamento relembra caso do Mato Grosso do Sul, onde 10 mil mulheres tiveram seus sigilos médicos violados. Na época, profissionais de saúde foram condenados à prisão e mulheres a trabalhos alternativos em creches, “para ver que muitas mulheres podem criar um filho com um pouco de esforço”, segundo declarou o juiz na sentença. Este episódio também levou à criação da Frente Nacional.

A presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida - Brasil sem Aborto, Lenise Garcia, defende a criminalização do aborto, mas concorda que isso não tem sido o suficiente para coibir a prática. “Dizer que a escolha é entre fazer o aborto legal ou fazer o aborto clandestino não é verdade. 

A escolha é sobre fazer ou não fazer o aborto. O direito sempre seria por não fazer o aborto, porque a criança também tem o seu direito. O aborto clandestino está tão presente por uma questão de impunidade. A grávida descobre onde está a clínica e a polícia não descobre? Então, o aborto clandestino acontece pela impunidade, pela corrupção que muitas vezes envolve a própria polícia”, argumentou a professora, ao participar do programa Diálogo Brasil, da TV Brasil..

Ela defende que toda mulher grávida merece ter o acolhimento necessário para que possa ter seus filhos e afirma que “a maior parte delas opta por isso quando tem essa possibilidade”.

Visibilidade

Outro caso emblemático incluído no relatório é o da menina de 9 anos de Alagoinha (PE), vítima de estupro em 2009. A igreja local interveio e um centro médico se recusou a fazer o procedimento legal, sendo necessária a ação de entidades e a transferência de unidade para resolver o caso. No final, o arcebispo excomungou todos os envolvidos, menos o padrasto que estuprou a menina.

“São casos para visibilizar, processos inclusive que poderiam passar por procedimentos legais, mas que, por força do conservadorismo, dos valores morais, do julgamento individual das pessoas responsáveis, acabou violando direitos”, explica a socióloga Joluzia Batista, integrante do Comitê Impulsor da Frente.

De acordo com ela, dados de 2015 apontam que, no estado de São Paulo, 111 mulheres foram denunciadas por fazer aborto e estão respondendo a ação penal ou inquérito. No Rio de Janeiro, um levantamento mostrou que, de 2007 a 2011, foram abertos 334 inquéritos sobre aborto no estado. Com informações da Agência Brasil.