Ailton Lima
Faleceu aos 83 anos de idade no último dia 15/05/2019 às 13
horas na Unidade de Tratamento Intensivo da UPA, onde estava internado para
tratamento de uma Insuficiência Hepática que evoluiu para uma Cirrose, o
empresário Luis Antônio de Lima, o popular Luis Doido!
Luis era pernambucano, filho de família numerosa; natural de
Caruaru, de onde saiu ainda adolescente, cheio de sonhos para conhecer e
conquistar o mundo...
Em suas andanças, e como a maioria dos Candangos
Nordestinos, acabou no começo da década de 1960, indo parar em Brasília (DF), para
trabalhar na construção da futura capital federal.
Luis trabalhou em várias atividades, mas, a profissão que
abraçou na época, e que exerceu por mais tempo, foi a de funileiro (pintor de
automóveis).
Ainda em Goiás, criou a sua primeira família... onde teve
dois filhos... O jornalista Ailton Lima (Costinha) e a Costureira Elizabeth
Guimarães Ramos.
Mas essa união durou pouco, e Luis então, já separado,
resolve vir para o Mato Grosso, especificamente a Rondonópolis, onde já
estivera em anos anteriores (1959).
Ao chegar à cidade no começo de 1962, Luis começa a trabalhar
na empresa do saudoso Otacílio Fontoura como funileiro e pintor de automóveis.
Nessa época, ele conhece a mulher com quem viria a se casar
e dividir sua vida por mais de cinquenta anos... A bancária, Creuza Angélica de
Lima... Filha do saudoso “Alfaiate Mestre Elias”. Com ela, ele teve dois
filhos... A hoje Odontóloga Lucidelma Angélica de Lima e João Batista de Lima;
falecido aos 04 meses de vida em 1969.
Mas, inquieto como era, alguns anos depois de sua chegada à
cidade, mais especificamente em 1963, resolve mudar de profissão e começa a
desempenhar a atividade de comerciante atuando no segmento de confecções.
Como a cidade ainda era incipiente, ele pegava um Jeep
Willis ano 1951 que tinha, e saía para mascatear (fazer vendas de porta em
porta), nos vilarejos e currutelas da Região Sul do Estado.
Como era um homem cheio de alegria e de fácil convívio,
fazia amizades muito facilmente e assim, aos poucos, foi conquistando amigos e fazendo
a vida, como se dizia na época...
A loja que ele abriu em parceria com a esposa Creuza
Angélica de Lima, funcionária do extinto Banco Financial, e com quem conviveu
por 55 anos, prosperou... Eles ampliaram as instalações e durante muitos anos,
o Bazar Santo Antônio serviu a sua ampla clientela...
Na verdade, o Bazar Santo Antônio é uma das lojas mais
antigas da cidade, ainda em funcionamento... Pois são 56 anos de atividades
ininterruptas.
No entanto, ao longo de sua vida, Luis também exerceu a
atividade na mineração, atuando como garimpeiro em diversos garimpos da região,
incluindo no estado de Rondônia, na década de 1980. Ele gostava de dizer que a ilusão do garimpo
era a ‘Cachaça’ da sua vida... Mas, nessas andanças, Luis Doido contraiu muitas
malárias, o que de certa forma, acabou contribuindo já no final de sua vida,
para o desenvolvimento da doença de Cirrose, que o levaria para junto de Deus.
Mas Luis Doido, como era carinhosamente chamado pelos
amigos, gostava de música, foi um boêmio musical, tocava pandeiro... E tinha
uma voz poderosa de barítono... E onde cantava junto dos amigos, atraía a
atenção das pessoas... Nessas ocasiões o seu circulo de amizades se ampliava,
pois ele era a própria festa onde chegava.
Luis Doido, também se iniciou na atividade agropecuária,
começando com uma plantação de arroz em 1969, numa fazenda que havia comprado
na Região do Córrego Sêco, às margens da Rodovia MT-270, sentido Guiratinga
(MT).
Ele teve várias propriedades na região de Fátima de São
Lourenço, e por ultimo, uma fazenda na região da Água Fria, às margens da BR
364, próximo ao Distrito de Boa Vista.
Em vida, Luis, teve quatro filhos (Um falecido)... Oito
Netos e Quatro Bisnetos... Os amigos de boemia e dos velhos carnavais, bem como
os de trabalho, sempre vão lembrar com saudade e nostalgia do parceiro de noitadas,
e de festas... Ele dizia que não se arrependia de nada do que fez na vida... e
se pudesse, faria tudo de novo.
O corpo do pioneiro foi sepultado na tarde do dia 16/05 no Cemitério Municipal de Vila Aurora.