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| Ailton Lima- Jornalista |
A aprovação esta semana do Projeto de Lei de iniciativa popular, o chamado “Ficha Limpa”, pode mudar radicalmente o quadro de pré-candidatos à prefeitura de Rondonópolis nas eleições de 2012.
Segundo uma lista publicada na capital Cuiabá, pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral no Estado (MCCEE), baseadas em informações do Tribunal de Contas (TCE/MT), Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), vários políticos de Mato Grosso estariam inelegíveis e sob algum tipo de impedimento jurídico, circunstanciado no referido Projeto de Lei da Ficha Limpa.
Ainda segundo essa lista, caso se confirmem estes supostos impedimentos, aqui em Rondonópolis pelo menos quatro eventuais pré-candidatos estariam impedidos de concorrer à prefeitura.
São eles: os deputados estaduais, Hermínio J. Barreto (PR) e Percival Muniz (PPS) e, os deputados federais, Carlos Bezerra (PMDB) e Wellington Fagundes (PR), este último até já se defendeu publicamente.
No atual andar da carruagem, se realmente confirmadas essas denúncias, o quadro político eleitoral seria totalmente alterado, abrindo novas possibilidades a novos nomes.
Até o presente momento, o único nome oficialmente colocado como pré-candidato a prefeito é o nome do deputado estadual Percival Muniz (PPS).
No entanto, nomes como do deputado Federal Carlos Bezerra (PMDB), estão sendo trabalhados para suceder o prefeito José Carlos do Pátio (PMDB), que se encontra numa difícil situação com altos índices de rejeição política, devido à sua administração travada e centralizadora.
Todavia, diversos nomes têm sido colocados como balões de ensaio para se avaliar a reação do eleitorado local. Mas a maioria deles não tem densidade eleitoral e são colocados apenas para satisfazer egos políticos circunstanciais, sem nenhuma possibilidade de sucesso e objetividade.
No entanto, caso se confirmem as denuncias do MCCEE, e os citados políticos sejam realmente impedidos de disputar as eleições, o quadro ficaria totalmente alterado.
Por exemplo: o prefeito Zé do Pátio está com um índice de rejeição popular muito alto (algo em torno de 40%), e não teria tempo hábil para reverter o quadro.Mas sem os adversários acima citados ele poderia se eleger com facilidade.
Um fator importante no entanto, é a pendenga existente entre ele (prefeito) e o governador Silval Barbosa, este último não teria o menor interesse em ajuda-lo a disputar a reeleição, e isso é preocupante!
Até agora, o que se viu, foi um quadro de encenação orquestrado pelo cacique Bezerra que se intitula dono do partido no estado e faz o que bem entende com a agremiação.
Ele conseguiu até que o governador viesse a Rondonópolis e posasse publicamente como amigo de Zé do Pátio, quando se sabe que na verdade, tudo não passou de encenação política. A rusga entre Silval e Pátio continua, e um evita ao máximo ter que se referir ao outro publicamente.
Para tanto, Bezerra inclusive, orquestrou um movimento interno no partido para se lançar candidato a prefeito de Rondonópolis nestas eleições.
Mas caso se confirme o suposto impedimento, ele teria que alterar radicalmente os seus planos, lançando mão de um “Plano B”, como por exemplo, a candidatura de sua esposa, a secretária de turismo e deputada estadual Teté Bezerra.
Mas o cacique tem muitas estratégias! Ele orquestrou recentemente um movimento suprapartidário envolvendo 14 partidos políticos locais para discutir a situação eleitoral na cidade, onde nestas discussões sempre que podia batia publicamente no atual prefeito tecendo duras críticas à conduta política e à sua forma de administrar o município. Não que Bezerra esteja totalmente errado, não é isso!
Mas se fazendo de bom moço e demonstrando estar preocupado com os destinos políticos da agremiação (PMDB), na verdade as suas intensões são outras.
O parlamentar se recorda muito bem do último vexame que foi a passagem do seu partido no município, quando o então prefeito Alberto de Carvalho esteve envolvido em escândalos administrativos e renunciou deixando a cidade num verdadeiro caos, tendo que ser substituído pelo seu vice Percival Muniz. Desde aquele episódio, a imagem do PMDB na cidade ficou muito arranhada.
E agora com a administração travada de Zé do Pátio, o partido corre o risco de novamente se vir numa encruzilhada: Se apoia o prefeito e tenta salvar a imagem do partido (correndo o risco de perder a eleição), ou lança outro nome com maiores possibilidades de sucesso. Ou ainda faz composição e participa como coadjuvante no processo eleitoral.
O fato é que, mesmo que o prefeito seja ajudado politica e financeiramente para tentar colocar em prática o que prometeu e até agora não cumpriu, não terá tempo hábil suficiente para desfazer o estrago da rejeição.
Como metade das promessas de campanhas não foram cumpridas o povo desacreditou na pessoa do prefeito fazendo com que os índices de rejeição subissem a números irreversíveis (cerca de 40%).
Então diante desse quadro, sem os nomes de Barreto e Wellington, para disputar pelo PR, o de Percival (PPS) e o do Bezerra (PMDB), sobra muito pouco.Na verdade, diante das atuais circunstâncias, o PMDB pode sofrer fragrorosa derrota se insistir com Zé do Pátio.
Diferentemente, até que se prove o contrário, o nome do ex prefeito Adilton Sachetti (PDT), estaria livre para concorrer pela coligação “Mato Grosso Muito Mais”, no lugar de Percival e seria um forte candidato já que pesquisas realizadas recentemente (Instituto Mark) dão conta dessa real possibilidade. Nesta pesquisa divulgada por um site da capital Percival e Adilton estariam empatados em primeiro lugar.
Adilton teria (31%) das intensões de votos, Percival (27%) e Zé do Pátio (12,3%). Como a margem de erro da pesquisa era de 4,5%, Adilton e Percival estariam tecnicamente empatados.
Caso se confirmem esses supostos impedimentos, os nomes de Mohamed Zaher (PSD), do ex prefeito e ex governador Rogério Salles (PSDB), deputado Nininho (PR), do empresário Neles Farias (PSC), e até do vereador Adonias Fernandes (PMDB) estariam em evidência.
Na semana passada o nome do deputado estadual Sebastião Machado Rezende (PR) foi colocado para disputa interna no PR, mas devido à permanente ausência e distanciamento do deputado em relação aos problemas da cidade, o seu nome não teria a densidade eleitoral suficiente e nem aglutinaria a força política necessária para uma eleição desse porte.
Existem ainda alguns nomes de apresentadores de televisão (Carlos Vanzelli e Agnelo Corbelino), que estariam sendo colocados como balões de ensaio para se sondar a expectativa e intensão de voto da população, mas também estes nomes não reúnem a densidade eleitoral suficiente para se ganhar uma eleição majoritária.Diante de tudo isso, o fato é que o “Ficha Limpa” vai mudar muita coisa nestas eleições por todo o país.
Sem contar que aqui no nosso quintal, a população de Rondonópolis tem uma característica bastante incomum: Ela é ambígua e reúne duas características distintas: é ao mesmo tempo avançada e bastante politizada, mas com tempero conservador.
Todavia os pretensos candidatos não deve se esquecer de um detalhe importante: ao contrário do que muitos imaginam, a população local tem sim, uma memória invejável de elefante! Por isso todo cuidado é pouco!
Autor: Ailton Lima- Jornalista- Diretor do Site "Data Hoje" e criador do "Blog do Costa".
