A Polícia Civil trabalha com a tese de que o assassinato da adolescente Maiana Mariano Vilela, 16, foi motivado por chantagem e ciúmes.
Em coletiva na tarde desta sexta-feira (25), os delegados Silas Caldeiras e Anaíde de Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), disseram que o empresário Rogério Amorim arquitetou a morte da menor, pelo fato de que ela estaria chantageando o ex-namorado, supostamente para conseguir um apartamento.
Segundo as investigações, durante o relacionamento que tiveram, Rogério prometeu um apartamento para a garota. Ele teria dito para Maiana que, assim que o imóvel ficasse pronto, os dois iriam se casar.
Percebendo que Rogério estava reatando com a esposa, Calisangela Moraes, Maiana passou a pressioná-lo e a fazer chantagem. Tanto a menor quanto familiares dela passaram a exigir, frequentemente, dinheiro de Rogério e pressionavam para que a compra do apartamento fosse concretizada.
Para os delegados, não está descartado o fato de que o ciúme que Calisangela sentia da menor foi outro fato motivador da execução.
As investigações mostram que, mesmo durante o relacionamento que Rogério manteve com Maiana, estando os dois inclusive morando juntos na casa da mãe do empresário, Calisangela continuava se encontrando com ele.
A delegada Anaíde disse que Maiana não seria a primeira amante que Rogério teve e a esposa aceitaria os relacionamentos extraconjugais do marido.
CRIME PREMEDITADO
Paulo Ferreira e Carlos Alexandre Nunes da Silva confessaram que assassinaram a menor por asfixia, no dia 21 de dezembro de 2011. Eles disseram ainda que Maiana pediu para não ser morta.
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A dupla revelou que Rogério já tinha armado outra situação para o assassinato de Maiana. Eles disseram que, na semana anterior ao crime, o empresário pediu para ele irem até a casa em que ele vivia com Maiana e com a sua mãe, no bairro CPA. Na ocasião, a jovem estaria sozinha e eles tinham que dizer que foram fazer o orçamento para uma obra.
Chegando a residência, os dois encontraram Maiana sozinha na casa, que os tratou muito bem e, por isso, não tiveram coragem de matá-la. No momento em que estavam na casa, uma pessoa telefonou para a jovem e esse seria outro motivo de terem adiado o assassinato.
A delegada Anaíde informou que, na semana seguinte Rogério armou a historia da troca do cheque e o pagamento do falso caseiro. A intenção era atrair a menor para o encontro com seus assassinos.
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CONFIRMAÇÃO DO SERVIÇO
Os executores disseram que a menor chegou na chácara por volta das 16h do 21 de dezembro, uma quarta-feira.
Segundo Paulo, Maiana entregou os R$ 400 para ele, que pegou o dinheiro, esperou ela virar as costas e a segurou. Nesse momento, ele usou um pedaço de pano para sufocar a adolescente, que acabou morrendo por asfixia.
Depois de morta, Maiana foi colocada em um veículo Uno de cor prata, que pertencia ao assassino. Depois de matar a menor, a dupla colocou o corpo da jovem no banco traseiro, cobriu com um pano e o levou até a empresa de Rogério, na região do bairro Três Barras.
Rogério foi avisado de que o corpo da menor estava no carro. Ele não teve coragem de ir conferir, apenas ordenou que concluíssem o serviço.
Dessa forma, a dupla partiu em direção à estrada da Ponte de Ferro e deixou o corpo em um local distante. Como ainda era dia, o corpo foi camuflado. À noite, eles retornaram ao local, fizeram uma cova rasa e enterraram a garota.
O corpo de Maiana foi encontrado na manhã dessa sexta-feira, após a prisão da quadrilha. Paulo levou os policiais até a estrada da Ponte de Ferro e mostrou onde enterrou a menor.
R$ 5 MIL POR UMA VIDA
Durante o interrogatório, os matadores confessos da adolescente, Paulo Ferreira e Carlos Alexandre Nunes da Silva, disseram que receberam R$ 5 mil pelo serviço, sendo R$ 2,5 mil para cada.
Além do dinheiro que estava com Maiana, proveniente de um cheque de R$ 500 dado por Rogério, havia uma moto Honda Biz, que era utilizada pela adolescente.
Uma bolsa e os documentos de Maiana foram queimados no local.