sexta-feira, 12 de julho de 2013

"ACUSADOS DE EXTORSÃO"- Advogado e policial civil são presos em Primavera do Leste

Delegado Marcelo Jardim
Na tarde de quinta-feira (11), um advogado e um policial civil de Primavera do Leste foram presos em flagrante após denúncia de um cliente do advogado que foi extorquido por ele durante 04 meses. Eles são acusados de corrupção ativa, passiva, extorsão e tráfico de influência.

De acordo com o delegado responsável pela delegacia de Roubos e Furtos, Marcelo Jardim, há alguns meses havia uma investigação sobre o vazamento de informações de dentro da delegacia. “Havia informações de que tinham pessoas realizando extorsão e ganhando dinheiro com isso, e então chegou a nosso conhecimento através da vítima e testemunha de que ele estava sendo extorquido pelo investigador da polícia civil e pelo advogado. Então realizamos a prisão em flagrante dos dois, do advogado por corrupção ativa, extorsão e tráfico de influência e do policial por corrupção passiva.” – disse Jardim.

O delegado ressaltou a ainda que o investigador a princípio vendia as informações ao advogado. “O investigador vendia supostas informações sigilosas aqui de dentro da delegacia ao advogado, informações essas infundadas, já que este investigador não tem acesso a nenhum tipo de procedimento confidencial, não usa arma e estava bem próximo de se aposentar, ou seja, como nós costumamos dizer, ele vendia fumaça.”

Jardim destacou ainda que o advogado seria o responsável por espalhar na cidade o boato que os homicídios que estavam ocorrendo em Primavera, teria como autores policiais civis: “desde quando tiveram início os homicídio na cidade ele começou a dizer a seus clientes que policiais estavam matando os bandidos, e então começou a se criar uma rixa, que na verdade nunca existiu, prova disso, está na prisão de mais de 13 suspeitos e nenhum deles é policial.”

O homem que teria denunciado o advogado e o policial, concordou em falar com nossa equipe desde que sua identidade não fosse divulgada. Ele disse que o advogado vinha dizendo que ele seria preso em breve e de um tempo para cá começou a dizer que ele seria morto por um investigador da civil. “Eu não estava mais aguentando, eu não tinha vida. Então eu criei coragem, vim na delegacia e fui orientado pelo investigador a ir até o fórum e ver se realmente eu tinha algum processo e se podia ir mesmo preso, foi quando descobrir que não existia nada contra mim nem na delegacia nem no fórum. Fui procurar o advogado, gravei a conversa dele e quando eu estava lá, chegou o investigador. Ele me colocou em uma sala, e eu gravei também a conversa, onde eles falaram de uma tentativa de homicídio a mando de um civil. Como eles já haviam arrancado de mim R$ 10 mil reais, eu vim aqui na delegacia e denunciei.” – disse a vítima.

Na delegacia, o advogado identificado como Marcelo Alves Campos, que já tem outros 04 procedimentos instaurados na delegacia por desacato, disparo de arma de fogo, peculato e favorecimento pessoal, ao falar com nossa equipe disse que não sabia o motivo pelo qual foi levado a delegacia. “Na verdade eu não quero me pronunciar, pois não sei por que estou aqui, vou provar que sou inocente e vou procurar vocês da imprensa para me pronunciar.”

Já o investigador da Polícia Civil, Antônio José Polare Fonseca, conhecido como “Polare”, disse não ter nada a dizer.

O presidente da Comissão de Prerrogativa da OAB de Primavera do Leste, Marcos Nascimento acompanhou todo o procedimento. “A OAB foi comunicada da prisão do advogado e eu fui chamado pelo presidente da OAB para acompanhar os andamentos. A acusação formal é de que o advogado estava extorquindo seu cliente e que no caso estavam envolvidos dois policiais civis e dois policiais militares. Agora o delegado está lavrando o flagrante e cabe a nós acompanhar se os procedimentos estão corretos. Se o advogado for culpado, ele irá pagar pelo que fez, se for inocente será solto. Cabe a OAB aplicar a justa aplicação da medida a justa aplicação da lei.” – disse Marcos Nascimento. 

[ATUALIZADA ] - O advogado foi preso e autuado em flagrante e só não foi encaminhado à cadeia pública da cidade uma vez que no entendimento da juíza de plantão como não há uma sala de estado maior para o recolhimento do mesmo de acordo com as prerrogativas que a atividade exige a magistrada definiu pela prisão domiciliar do mesmo.

Já o policial civil acabou sendo autuado em flagrante e está recolhido a uma sala da DERF aguardando remoção para a capital do estado onde existe um local adequado para o recolhimento do mesmo.

Fonte: Clickf5

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