sexta-feira, 13 de abril de 2012

"LIBERDADE DE IMPRENSA" - Sindicato dos Jornalistas do Ceará denuncia perseguições a profissionais


Samira de Castro

 O Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce) contabiliza seis profissionais demitidos ou afastados arbitrariamente de seus locais de trabalho devido à atuação sindical.

A presidente em exercício da entidade, Samira de Castro, que começou a fazer parte desta estatística na última semana, quando foi afastada da redação do jornal Diário do Nordeste, onde atuava como repórter, fez a denúncia nesta quarta-feira (11), durante participação na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Fortaleza.

As denúncias feitas na reunião camarária foram transmitidas, ao vivo, pela TV e rádio Fortaleza.

Não à toa o Ceará é líder no ranking nacional da violência contra jornalistas, segundo pesquisa realizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). Por violência, entenda-se a censura, a ameaça, a cobertura de risco e a prática antissindical.

Além das demissões e afastamentos arbitrários de dirigentes sindicais, praticados pela direção dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, as empresas também censuraram, segundo a diretora de Administração e Finanças do Sindjorce, Déborah Lima, editais de convocação para assembleias por local de trabalho.

Deborah, que é 1ª Tesoureira da FENAJ, também está afastada do exercício da profissão. repórter de política do jornal O Povo, a jornalista foi presidente do Sindjorce por dois mandatos e, quando desejou voltar à redação, sofreu as consequências da perseguição política aos sindicalistas.

"Por ter feito uma escolha política e ideológica de defender os trabalhadores da comunicação, estou pagando um alto preço, que é me tirarem o direito de exercer minha profissão".

Para Samira, as práticas de perseguição e de censura estão fora do contexto atual do País, que teve um presidente operário e tem uma presidenta que foi presa política.

"Os jornais nos impedem de entrar nas redações. Eles não entendem que estamos em um momento de diálogo e nos atacam", disse. De acordo com ela, os casos serão levados à organização Internacional do Trabalho (OIT) pela FENAJ.

ATO PÚBLICO EM DEFESA DA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL

O Sindjorce realizou manifestação em frente ao jornal O Povo, nesta quinta-feira, dia 12 de abril, em repúdio às práticas antissindicais dos veículos de comunicação do Estado que demitiram ilegalmente ou afastaram compulsoriamente dos locais de trabalho quatro dirigentes do Sindjorce e dois diretores do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Estado do Ceará (Sintigrace). Dos seis dirigentes perseguidos, quatro são empregados do O Povo e dois do Diário do Nordeste.

Após a manifestação, as entidades saíram em carreata pela Avenida Antônio Sales em direção ao jornal Diário do Nordeste, na Praça da Imprensa, para protestar contra o afastamento arbitrário da presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro, da redação do jornal, no dia 2 de abril, em retaliação à matéria publicada no Portal da entidade, denunciando a censura aos editais do sindicato convocando assembleias por local de trabalho e práticas antissindicais dos jornais O Povo e o Diário.

"Se você têm sido vítima de perseguição política em seu local de trabalho, junte-se a nós e denuncie as investidas dos patrões contra os trabalhadores. Se não, também una-se a nós para evitar que você seja o próximo prejudicado", afirma a presidente em exercício do Sindjorce.

Samira lembra que seu afastamento da redação é um ato extremo de violação contra a liberdade de organização sindical. "As empresas retiraram os dirigentes das redações para impedir o contato com a categoria e enfraquecer a luta sindical", comenta.
Fonte: Câmara Municipal de Fortaleza 

Nenhum comentário: